domingo, 21 de abril de 2013

Liderança também está em crise!


Numa altura em que tanto se fala de crise, nem sempre se conseguem identificar os setores onde ela mais interfere, resultando daí consequências devastadoras para o nosso quotidiano.
Provavelmente, para sermos rigorosos, teríamos que enumerar uma infindável lista de potenciais candidatos a culpados pela tão famigerada crise, ouvir fastidiosos discursos, quase todos eles relacionados com as oscilações dos mercados internacionais, agências de rating, etc.

Pois bem, sou daqueles que entende que o maior problema não é o superficial, não é aquele que alimenta o dia-a-dia da comunicação social, dos locais de trabalho ou das redes sociais, estes apenas servem de camuflagem ao grande folclore que se faz em torno de toda esta temática, que vezes sem conta esconde o verdadeiro problema, ou seja, a incompetência de quem ocupa os cargos de decisão, quer sejam eles públicos ou privados, associados à educação, à produtividade, à gestão, à saúde entre outros, muitos outros.

Neste aspeto, ocorre-me algo determinante, que deveria ser o verdadeiro alicerce das mais diversas estruturas que suportam a nossa sociedade, estou naturalmente a referir-me à capacidade de Liderança, que infelizmente nesta conjuntura, apenas se consegue notar a falta dela.

Ouço enumeras pessoas a falarem deste conceito, mas muitos, certamente desconhecem o seu verdadeiro significado. 

Suporto esta afirmação nas várias decisões que diariamente tomam, influenciando cidadãos que ao longo das suas vidas sempre foram e continuam a ser excelentes filhos, pais, cônjuges, companheiros, profissionais e amigos, que de um momento para o outro vêm tudo aquilo que construíram desmoronar-se devido à já referida incompetência, traduzida em decisões dos “pseudo líderes” a que grande parte de nós está sujeito.

Posto isto, deixo aqui algumas noções de Liderança recorrendo a um autor consagrado e com variadíssimas provas dadas de competência nesta área tão fundamental, Idalberto Chiavenato.

Apenas vou listar alguns itens referentes a duas características que deveriam ser indissociáveis do verdadeiro líder, a primeira intitulada “Traços de personalidade do Líder” e a segunda “Qualidades de um Líder eficaz”.

“Traços de personalidade do Líder”
  1. Inteligência;
  2. Otimismo; 
  3. Calor humano;
  4. Capacidade de comunicação; 
  5. Mente aberta; 
  6. Empreendedor; 
  7. Empatia [carisma, poder de cativar os outros]; 
  8. Assunção de riscos; 
  9. Criatividade [inovar nos processos, produtos, serviços. O líder procura soluções originais e inovadoras]; Tolerância ; 
  10. Impulso para a ação [não adotar uma postura de isolamento no gabinete a estudar os relatórios e mapas]; Entusiasmo [energia, capacidade de mobilização para a ação]; 
  11. Disponibilidade para ouvir [ouvir e depois decidir]; 
  12. Visão do futuro [necessidade de antecipar o futuro]; 
  13. Flexibilidade [Não adotar uma postura fanática na defesa de uma causa ou ideia]; 
  14. Responsabilidade; 
  15. Confiança [aspeto relacionado com o próprio ambiente da Instituição]; 
  16. Maturidade [idade, mas não só...]; 
  17. Curiosidade [questionar, atualizar-se]; 
  18. Perspicácia.

“Qualidades de um Líder eficaz”
  1. Dá importância às pessoas; 
  2. Escuta com atenção; 
  3. Demonstra tato; 
  4. Reconhece os méritos dos outros; 
  5. Mostra-se coerente; 
  6. Reconhece os seus erros; 
  7. Tem sentido de humor; 
  8. Dá um bom exemplo.




Bem sei, que para a maioria dos leitores deste meu desabafo em forma de artigo, apenas o conseguem compreender como um mero exercício ficcional ou então mais um daqueles excertos que tem como principal objetivo a vertente humorística, tamanha a disparidade existente entre a teoria acima listada e a prática dos nossos lideres, "chamemos-lhes assim". 

No entanto, cabe a cada um de nós mostrar que estamos atentos e que também temos direito a ser bem liderados, mesmo que esses lideres não consigam cumprir com todas as sugestões de Idalberto Chiavenato, pelo menos que mostrem empenho na tentativa de as colocar em prática, pois na maioria dos casos são indivíduos pagos principescamente à custa do nosso trabalho e competência.

2 comentários:

  1. Citando António Carlos Gil no livro "Gestão de Pessoas" .

    Bom Líder: Enfrenta os conflitos de maneira construtiva, criativa e aberta, contribuindo para um melhor clima organizacional.

    Mau Líder: Encara o conflito como ameaça para sua gestão.

    Bom Líder: Cada membro de sua equipe tem claramente qual sua função e sabe a importância dela e das demais para o alcance dos objectivos.

    Mau Líder: Os membros trabalham de forma independente, não reconhecendo a importância dos demais para o sucesso da equipe.

    Bom Líder: Está sempre atento ao alcance dos objectivos e metas, para tanto realiza constantemente avaliações para mensurar seu progresso e verificar as discrepância para tomada de decisões.

    Mau Líder: Preocupa-se em "mandar" e no resultado final, não se preocupando em avaliar e monitorar os possíveis desvios. Quando avalia não baseia-se em métodos específicos e sim no subjectivismo.

    Bom Líder: Tem paixão por pessoas e trabalha no sentindo de desenvolvê-las, acompanhando, treinando, apoiando. Vê as pessoas como o património mais valioso de uma organização. Contribui muito para a motivação das pessoas, pois se preocupa em conhecer as necessidades de sua equipe e de cada colaborador.

    Mau Líder: Enxerga as pessoas como meras peças importantes para que o sistema e a estrutura organizacional possam alcançar os objectivos.

    Bom Líder: Trabalha no curto prazo com visão de longo. Em toda tarefa pensa na missão e visão organizacionais e na motivação de seus colaboradores.

    Mau Líder: Concentra-se no resultado imediato, sem uma correlação com as demais áreas e a Visão de futuro da empresa.

    ResponderEliminar
  2. Pois é amigo "Fox", o que acabou de comentar só vem provar que existe muita informação sobre o assunto. É caso para dizer que só não aprende quem não quer, quem é incompetente ou apenas quem é má pessoa.

    ResponderEliminar